Dados do Trabalho
Título
Identificação clínica e análise do perfil de risco cardiovascular em população com Hipercolesterolemia Familiar
Resumo
Introdução: A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma condição genética que resulta em altos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), ocasionando complicações cardiovasculares se não diagnosticada precocemente. A estratificação do risco é crucial para orientar a melhor terapia. Objetivo: Identificar o nível de risco cardiovascular e perfil clínico dos pacientes portadores de HF. Métodos: A amostra incluiu pacientes de ambos os sexos, >18 anos, atendidos em ambulatório de Lípides em hospital público. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados na primeira visita ao ambulatório. Os pacientes foram classificados em prevenção primária (PP) ou secundária (PS). Os dados foram analisados por meio do Teste t ou χ² e estão apresentados como média±desvio padrão ou frequência. Nível de significância adotado 5% (JAMOVI-Stats). Resultados: Foram incluídos 81 pacientes. Destes, 64,6% foram classificados em PP (idade 57±14,9 anos, 49,4% mulheres, Dutch Lipid Clinic Network Score (DLCNS) 5,7±2,9) e 35,4% em PS (idade 58,1±10,3 anos, 22,8% mulheres, DLCNS 6,3±2,5). Sexo, idade, DLCNS, frequência de diabetes mellitus, de doença renal crônica, de tabagismo e de histórico familiar de doença aterosclerótica precoce foram estatisticamente similares entre os grupos. Maior frequência de pacientes sem hipertensão arterial foi encontrada no grupo PP (p=0,002). Ao analisar a simultaneidade dos fatores de risco cardiovascular, 82,7% da amostra apresentou uma frequência de até 2 fatores, perfil mais frequente no grupo PP (69,2%), enquanto 3 ou mais fatores foi mais frequente no grupo PS (57,1%), sem diferenças significativas entre os grupos. Os pacientes em PP apresentaram valores maiores de: colesterol total: 309,5±56 vs. 269,7±58,8 mg/dL, p=0,008; LDL-c: 223,5±50.1 vs. 192,3±56 mg/dL, p=0,016; e HDL-c: 57,4±15,7 vs. 46,2±10,9 mg/dL, p=0,002. Os valores de triglicérides foram estatisticamente similares: 152,9 vs. 185,5 mg/dL. O uso de estatinas foi relatado por 79,2% dos pacientes na PP, e por 95,8% na PS. Conclusão: No grupo PP, há menor frequência de hipertensão arterial e maior colesterolemia. Entretanto, a maioria dos pacientes em PS já usavam estatinas. O uso precoce de estatinas na PP poderia reduzir a colesterolemia e a taxa de futuros eventos cardiovasculares.
Palavras Chave
Hipercolesterolemia Familiar; níveis de prevenção; risco cardiovascular
Área
DISLIPIDEMIA
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JULIANA SIMOES ZANOTTI, PAULA ARAUJO, LARISSA BRAILOWSKY PELLEGRINO, RENATO JORGE ALVES