1º Encontro de Departamentos da Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Metástase Cardíaca de tumor de células germinativas. Relato de caso

Resumo

Introdução: A neoplasia maligna de testículo é a mais prevalente em homens jovens, apresentando alta probabilidade de cura. A melhora da sobrevida deve-se à melhoria significativa dos quimioterápicos, no entanto com aumento das cardiotoxicidades. Descrição do Caso: Paciente masculino, 26 anos, com Neoplasia germinativa de testículo direito, em janeiro 2023. Nega outras comorbidades. Realizou Orquiectomia direita no mesmo mês. Em programação de quimioterapia com Etoposídeo e Cisplatina. Interna em julho 2023 devido dispneia às atividades menores que as habituais (Classe Funcional NYHA III). Realizada angiotomografia de tórax (Fig.1) que mostrou imagem sugestiva de trombo em átrio direito (AD) (4,3 x 3,6cm), tromboembolismo pulmonar subsegmentar e progressão de doença. O ecocardiograma transtorácico (Tab.1) mostrou imagem hiperecogênica, séssil, no átrio direito próximo à desembocadura da veia cava superior, com 4,0x 2,3cm, sem sinais de hipertensão pulmonar e com fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada. A Ressonância Magnética Cardíaca (Fig.2) mostrou massa sólida em AD, medindo 4,4x 4,2x3,8cm e múltiplos nódulos pulmonares de aspecto secundário. Proposto tratamento quimioterápico com VIP (vimblastina, ifosfamida e cisplatina), iniciado em 20/07/2023. Realizado acompanhamento clínico quinzenal com RM Cardíaca mensal. Em setembro 2023 a RM Cardíaca mostrou massa sólida atrial direita, na aurícula, medindo 2,3 x 1,3 x 1,3 cm (Tab.2), com redução progressiva nos exames seguintes. Paciente com melhora da dispneia, permanecendo sintomático às atividades habituais (Classe Funcional NYHA II), no entanto evoluiu com hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo iniciado inibidor da enzima de conversão de angiotensina. Em novembro 2023, realizado último ciclo de VIP, com a RM Cardíaca mostrando lesão atrial direita, na aurícula, de difícil mensuração (cerca de 1,7 cm), sugerindo um componente principal de necrose (Fig.3). Paciente assintomático cardiovascular, em uso regular de IECA. Conclusões: A metástase cardíaca da neoplasia de testículo é rara e associa-se com mau prognóstico. O paciente recebeu esquema VIP, com importante regressão da lesão em 4 meses, sem disfunção ventricular, evoluindo com HAS. A ifosfamida e a Cisplatina apresentam nefrotoxicidade, sendo a etiologia da HAS secundária, controlada com IECA.   

Palavras Chave

VIP; Metástase Cardíaca; Cardiotoxicidade

Área

CARDIO-ONCOLOGIA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

ANA LAURA QUINTAS THIMOTEO, ARAM GONÇALVES MORDJIKIAN, HELENA SADER AZEVEDO, JOSÉ ROQUE OLIVEIRA LEITE NETO, EDIELLE SANT ANNA MELO