1º Encontro de Departamentos da Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Abordagem Cardiológica no Transplante de Medula Óssea: Otimização e Estratégias Personalizadas na Insuficiência Cardíaca

Resumo

A Insuficiência Cardíaca (IC) representa uma preocupação clínica na avaliação de pacientes candidatos ao transplante de medula óssea (TMO). Este artigo destaca o caso de um indivíduo de 55 anos, com diagnóstico de mieloma múltiplo, cuja evolução clínica delineou de maneira marcante os desafios da avaliação cardiológica prévia ao TMO. Trata-se de paciente masculino, 55 anos, sem comorbidades, porém com histórico familiar de Cardiopatia Dilatada. Em 2012, foi diagnosticado com plasmocitoma na coluna lombar e submetido a cirurgia e radioterapia. Em 2022, houve recidiva do quadro, com diagnóstico de mieloma múltiplo e tratamento com Ciclofosfamida, Bortezomib e Dexametasona. Após a terapia, foi optado por realizar o TMO, o que motivou a avaliação cardiológica. Em consulta, apresentava edema nos membros inferiores e dispneia. O ecocardiograma revelou cardiopatia dilatada e disfunção sistólica grave do ventrículo esquerdo. Realizou cateterismo cardíaco, não evidenciando doença coronariana. Diante do quadro, foi iniciado tratamento para insuficiência cardíaca, incluindo sacubitril valsartana, beta-bloqueador e espironolactona. Após melhora clínica, foi autorizado o procedimento de transplante de medula óssea, ponderando a administração fracionada dos agentes, ajustando a dosagem e a velocidade de infusão. O paciente foi submetido ao transplante sem descompensação da insuficiência cardíaca e permanece assintomático há seis meses. A consideração de estratégias modificadas de infusão durante o TMO surge como uma abordagem promissora para reduzir a carga de cardiotoxicidade. A administração fracionada desses fármacos, com ajustes na dosagem e na velocidade de infusão, é uma medida capaz de minimizar o impacto no sistema cardiovascular, ao mesmo tempo em que preserva a eficácia terapêutica. Torna-se necessária a avaliação pré TMO de forma a diagnosticar os casos em que há necessidade de personalização da terapia. No âmbito da insuficiência cardíaca, reconhecer os pilares da terapia medicamentosa torna-se imperativo na compensação clínica do paciente, controlando sintomas e desempenhando um papel crucial na preservação da função cardíaca global. Dentro desse contexto, a colaboração estreita multidisciplinar, integrando estratégias de infusão com uma abordagem abrangente de terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca, visa maximizar os benefícios terapêuticos, ao mesmo tempo em que se minimizam os riscos cardiovasculares inerentes a esses tratamentos.

Palavras Chave

Insuficiência Cardíaca; Cardio-oncologia; Transplante de medula óssea

Área

CARDIO-ONCOLOGIA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FERNANDA NASCIMENTO DOURADO, MILENA REGO DOS SANTOS, MATHEUS BURIGO OLIVEIRA, TATIANA ABELIN SALDANHA MARINHO, AURORA FELICE CASTRO ISSA